terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Para que servem os livros?

Ando ouvindo coisas.
Alucinações balbuciadas por quem não sabe ouvir o silêncio.
"-Não há comunicação por escrito."
Não?
Não!!!
Infames que não sabem ler o que, com tal zelo suplico!!!
Platão e Nietszche choram ao ouvir tal blasfêmia!
Preferem a algazarra débil.
Cantoria vazia de sentimento.
Sou inversa.
Sinto paixão dionisíaca.
E como tal, há sangue fervendo e
vísceras pulsantes de desejo
em cada palavra aqui escrita.
Me despeço e me desculpo pelo desabafo.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O abraço negado

No dia em que me foi negado qualquer
afeto, eu tive vontade de acabar com tudo.
Bum!! Silêncio!
Para utilizar a saída de emergência
É preciso ser covarde.
Nada é necessário
Um abraço, apenas, seria suficiente;
Meu coração esvaiu-se em pedaços de gelo.
[Pequenos cacos de angústia e solidão]
A dor aguda fez-me chorar copiosamente.
Lavei a alma com água preta e vil.
Hoje estou embrutecida.
A noite me deixou manca,
E continuo solitária
E com olheiras.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Samba-enredo

Tudo passa lentamente.
So quero me livrar de invólucros passageiros
que momentaneamente cobrem meu coração vazio.
Vejo um horizonte nebuloso com anseios irreais e imaginários.
Sinto-me trêmula, triste, incompreendida.
Ah, como queria de volta meu riso inocente e confiante no futuro!
O meu samba-enredo é rígido, inexoravelmente terei que dançá-lo até o fim.
Logo o carnaval se acaba e tudo volta a ser como antes

Opened eyes

Mostrarei um mundo fantástico
E só conseguirá vê-lo se estiver a fitá-lo
com os olhos do coração...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Já fui mulher, eu sei.

Livrar-me do grande amor é para mim tão digno quanto encontrá-lo.
E igualmente me dá alegria,
Uma alegria contida, é verdade.
Em meio à dor, me vem a força da existência,
única, completamente desprendida e desgarrada.
E logo na frente existe um mundo de inesperados encontros
Rumos que a vida pode ter.
Tenho em mim a esperança de deixar-me ser.
Simplesmente assim, ser, evaporar.
Quero alcançar a distância da estrela
E de lá ficar a sorrir;

domingo, 7 de dezembro de 2008

O dia que simplesmente fui

Durante todo o dia fui eu mesma.
No instante em que acordei, voltei a dormir e acordei novamente.
Tudo que quis, fiz.. e gostei...
O mar estava lindo, forte, perigoso.
Ajeitei-me em suas ondas lavadoras de alma.
Gostei de sentir o vazio da despreocupação.
Hoje tornei-me livre!!
O lobo faminto não foi censurado.
Simplesmente fui!
Com todos desejos, esquisitices, "más vontades".
Assim sou e assim fui, hoje...
Simplesmente aceitei minhas possibilidades e conformei-me.
Cada um com seu fardo.
O meu tem a esperança que tudo se acabe, como num passe de mágica.
Vire estrela cadente, seja fantasioso e intenso, como as vezes a vida se apresenta.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Enquanto espero

Nao rasgarei os versos de agora
Eles nasceram no instante
em que uma estrela sorriu para mim
Linda estava a lua lá em cima
E tudo estava em harmonia
O vento e o céu coadjuvavam a agradável noite.
Ah! Faltavam os personagens principais
Uma garrafa de vinho
E o resto da noite embriagada de/em você.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Morrer para viver

Porque morrer causa tanto medo?
Afasta-me de mim a dor, cálice maldito!
Se morre-se todos os dias, como não acostumar-se?
Morro a cada dia, a cada instante.
Deixo pelo caminho um pouco de mim
Novas peles surgem e me escondem as víceras.
Um dia serão compartilhadas?
Vale a pena morrer e doar sete vidas?
Morro do preconceito e para o que me faz mal
E percebo que posso salvar vidas
e ainda assim continuar viva.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Neve

Vim preparada para a chuva que não veio.
Calcei botas para a neve imaginária,
Meu coração esperou os lobos famintos.
Estes não são reais, nem imaginários.
Transversalmente tomam meu ser e
vomitam suas verdades recônditas
Martirizado
Meu coração arrefece!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Inanimado

Sinto hoje, uma tristeza crônica.
Quero apenas deixar o dia passar
e continuar em coma.
Não vou sair da letárgica existência
recalcada...
Sejam bem vindos
Todos os demônios recônditos!
Façam parte de mim.
Mostrem-me seus dentes, sujos de sangue,
que devoram meu coração.
Lambem minhas tetas e suguem todo o leite
Me deixem oca.
De todas as palavras do mundo,
Desejo o vão do silêncio.
[Do outro mundo e de todos os mundos]
Sem palavras, não saberei existir
E me tornarei um ser encantado.
Parodaxalmente, inanimado...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Riso débil

Se o que me pede é sorrir para meu algoz,
Nao ouvirei sua voz;
Se não se importa em trocar palavras afetuosas
e segurar nas suas, as mãos que estrangularam
meu coração, eu só posso te dizer
Não!!
Eu me importo!!
Eu me importo!!!
Me importo ao ponto de me torturar lentamente.
E revisar cada vil momento
[Desprezével, Letárgico]
O veneno se espalha e contamina a corrente sangúinea
Distribuindo a dor insuportavelmente mortífera.
Fazendo tudo parecer lento e nocivo;

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A borracheira

A borracheira está me corroendo internamente.
Sinto escorrer pequenos pedaços materializados de você.
E outras tantas sensações
Tontura, falta de fome, fome excessiva, tensão, tesão, angústia,
e dor novamente.

Como seria apagar estes momentos para sempre?
Sobraria resquícios de que?
Quais seriam os pedaços que juntaria para me refazer?
Não sei até onde a borracheira irá me levar,
Até lá vou curtir o couro banhando-o no sol dolorido.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Mão e luva

Intervenções indesejadas
foram frequentes neste meu dia sem ti.
Vou expurgar você de mim!
Seu gosto, que não sai de minha boca, é ácido e comestível.
Sua pele ainda entremeia a minha.
Mão e luva.
Digo-lhe adeus derramando lágrimas secas.
Estou de luto!!
E acho que ali dentro sou eu.

Doce ilusão ou a caixa de Pandora 2

Se o que quer é correr atrás de tuas fantasias,
Vá!!
Pode não me encontrar na volta.
Estarei a encantar-me com o mundo novo.
Me lembrarei de ti, como uma doce vida
que fez parte de mim.

Então, 'fazes o que tu queres, pois é tudo da lei'!
Faça o que te der na telha e não me dê opção.
Mas não diga que eu não te deixei viver a tua doce ilusão.

A caixa de Pandora

Eternamente sentirei saudade
Abri uma caixinha
E um mundo lindo veio à tona.
Respirei o amor novamente
Senti o riso de criança,
Palavras fortes,
Amores brutos,
Intermináveis!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Escrever é tão perigoso que salva a própria pele.
Não quero mais precisar desta vida,
E a partir de hoje estou sem palavras!!!
Além do verbo,
a emoção também será banida de meu convívio.
Quem gritará afinal, a realidade transtornada
ou o silêncio ensurdecedor?

21 gramas ou O dia de 100 anos


Hoje não quero ser!
A única coisa que me seduz
É "desexistir".

Tal qual um mágico que tira
Da cartola seu coelho;
Eu queria me sumir.
E virar vento...
Ser estrela que depois explode...

Quero ser como a geleira
Me derramar lentamente;
Virar pensamento.
Que se pensa e logo se esquece...

Quero ser o milésimo de segundo
Que dura um piscar de olhos.
E nessa fraçao de tempo,
Quero ser a palavra não dita,
O amor não vivido,
O conjunto vazio!

[Hoje meu dia tem 100 anos]

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Lapdog (homenagem às minhas amigas submissas)

Sou seu cachorrinho
Te devo satisfações
Sou obediente
Sou urgente

Hoje você me morde
Amanhã você assopra
Vou, se você deixar
Faço o que você mandar

E mesmo sem o bônus
Arco com o ônus
Serviente na sua mão
Afinal, você é o patrão!

terça-feira, 29 de abril de 2008

O mundo invisível

Existe um mundo imperceptível que nos ronda
Esse mundo é composto de muitas faces.
Insetos, que convivem em nossas casas
Mantêm seu papel na cadeia alimentar.

Mas o que me assusta
É a invisibilidade de pensamentos preconceituosos
Convivemos com pessoas que tem modernidade frágil
E pontos de vista restritos, perniciosos
que dizem que ser preto é defeito.

Defeito é não aceitar as diferenças.
Prefiro os insetos.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Tic! Tac! Boom!!

A iminente possibilidade
de não sentir o cheiro perfumado
de meu querer.
Faz a manhã de meu peito,
envelhecer;

Por todo o corredor do dia
meus olhos irão te procurar
E se por (des) ventura não te encontrar.
Em agonia, meu [agora] velho peito sucumbirá;

Por nem um segundo
me esqueço do seu beijo.
Há alguem nesse mundo
que pode me dizer
como enfrentar o dia
que custará a morrer?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Mundo Plural

A leve sensação de que vivo num mundo plural
me faz entender como nesse mundo há a frágil
necessidade de tanto porque (?)

Um aqui e outros muitos pela estrada
deliciosamente perigosa da vida, cheia de vida
e de sentimentos experenciados visceralmente.

Quero continuar sentindo e ampliando
minhas possibilidades.
Permanecerei singular em um mundo que não me cabe.

No meu mundo tudo é vivo e colorido.
Deixo as superficialidades ao mundo de vocês
[mesquinho e interesseiro]
do qual continuarei pária.

Não me convidem para viver neste mundinho.
Repudio-o!!!
E garanto a vocês:
Existem infinitos porques.

terça-feira, 11 de março de 2008

Solidão do Mundo

Queria, como no passe de mágica,
deixar de lado a insegurança
que chuvisca em meu pensamento..
Chuva fina e incessante... ácida e capciosa...

Talvez crie no meu mundo um sol pertinente...
E a visão do arco-íris seja a prova que embaixo do tapete ainda molha...
Como tantas outras coisas em que a miopia é escape...

Como sombra de mim mesma, convivo com o sentimento do pretérito.
Passado imundo e vil
Estou míope, senhores!

Quero a árdua solidão do mundo!