quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Efeito Ângela Pralini

Hoje eu conheci uma mulher fascinante.
Ângela Pralini, uma doida!!
Uma loucura quase santa..
Ângela me fez tomar um café amargo.
Puro café, sem açúcar nem adoçante.

Exerci algum efeito em Ângela? [creio que não...]
Eu não sou a mesma, algo mudou e não sei o que é.
Aprendi a técnica de criar o silêncio.

A cotidianice está me entediando...
Será que estou plagiando Ângela?
Que mulher forte!!
Tem lá suas futilidades, somos mulheres.
É-nos permitido ataques de mulherice...

O que escrevi não é meu, exceto o café amargo,
o que em mim mudou e o cigarro.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A cantora melancólica

Paraliso-me;
Se tudo o que te dou não é suficiente,
Tirar-lhe-ei meus laços.
Devolva-me!
[costas, pernas;
bocas, línguas;
suores, olhares, amores;
sussurros;
marcas no pescoço;]
Ilusão em carne e osso;

Outras palavras

" disconnected
disjointed
accidental
sketchy
fragmentary
synthesized
impermanent
momentary "
(Thom Yorke)

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Faz-de-conta

"Quero dançar a noite toda pra você"
...
...
...
insuficiente...
ignorado...
preterido...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Nonada ou Infelicidade Clandestina

Uma infelicidade clandestina invadiu meu dia
Soturnamente fez-me ter os olhos marejados.
Não bateu, nem pediu licença.
Apareceu sob a forma de dor no peito.

Sintomas de saudade.
Saudade de tudo o que ainda não vi.
Nem vivi, nem senti.

Do passado, restam-me apenas lembranças.

Quero o hoje! Agora! Já!
Quero ser um segundo.
Não existo mais e torno a ser novamente.
Assim como um piscar de olhos.
Nonada...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Suores de amor



Meu coração, quase não se conteve.
Sairia pela boca se não respirasse fundo.

Minhas mãos não sabiam o lugar ideal para esconder o nervosismo.
E quando tocaram as suas, já tinham 40º.

Os lábios se contorciam, para resistir aos seus.
Chega!!
Boca, boca, língua, céu, doce...
Molhados.
Olhos fechados, sabores explorados.

Sede, tremor e desejo.
Explosão de urgências em cada pedaço.
Fome de anteontem.
Lábios nervosos, mãos fervorosas, pernas bambas.
E o coração?
Acelerado...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Declaro morte


Meu dia foi aterroziante.
Todo o tempo, agi sufocando a vontade de ser amável
A cada minuto eu vi uma flor brotar em meu coraçao,
E ser destruída.

Porque tenho que mudar?
Eles venceram?
[Eles sempre vencem?]
[Eles sempre vencem....]

E quanto a mim?
De que me valem canções românticas
Se elas não secam as lágrimas que
descontrolavelmente caem de dentro de mim...

Não! Não! Não!
Não quero essa dor!!
Não vou carregar tanto sentimento.
Declaro minha morte.

Morri para noites estreladas que só me lembram você.
‘Mortinha da Silva’ estou para seus os beijos e
para o desejo incontestável de te amar prasempremente...

quinta-feira, 31 de maio de 2007


As horas se arrastam lentamente.
A existência não justificada, nem explicada
de sentimentos confusos, doloridos é a certeza de
que tudo em mim quer me destruir...

As verdades estão embaixo do tapete.
Quero o silêncio absoluto, para que
mentiras sinceras venham à tona e
garatam a normalidade.

Hoje, tudo envelheceu cedo.
A incerteza de que um lindo dia de
chuva, traga o riso de volta,
me faz sufocar no mar de lágrimas.

E o mar revolto questiona à nau:
- O quão sólido és?

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O vento vai dizer

Quero que minha palavra dita
Não tenha um único sentido;
Quero meus versos disformes, intraduzíveis...

Irresponsavelmente quero lançá-los ao vento
Para que eles possam chegar onde nunca fui,
Nem poderei ir...

...sua vida...

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Salinização ou Supernova

Amor, amor, amor
Quem és tu?
Porque escolhestes a mim
e meu pobre coração
para te abrigares?

Não és mais bem vindo aqui.
Não vês que, nessa casa,
tudo está perto de explodir?
Corres perigo, falso amigo...

Vá enquanto é tempo
Antes que lágrimas recalcadas
transformem meu coraçao
em solo salinizado.
Infiltrado, inóspito e corrosivo.

Já disse adeus antes.
Agora digo-lhe:
-Some!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

In Utero

O que é preciso para viver?
Quais as respostas devemos nos dar?
Ou melhor, quais são as perguntas?
Quanto mais penso, menos sei
Responder... perguntar..

Que doido é viver!
Viver é aprender?
Amar é viver?
Viver é amar?
E antes de tudo??

Quero estar depois do fim
Ultrapassar noites mal-dormidas
Sobreviver a ressacas emocionais
E expelir todo o mal

Estarei só e a sorrir
O riso renovado de quem
Curou-se do cancer

O mergulho no mar salgado...

Se esse mergulho me relembrar
O líquido amniótico, estarei eu
A me perguntar “do que preciso?”
Ou a me responder “do vazio” ?

terça-feira, 24 de abril de 2007

Flor de maracujá

Hoje ganhei um presente.
Uma cartinha de amor tão linda
Que só “perde” para a pessoa que a escreveu.

Doces palavras me fizeram sorrir,
Um riso bobo que me trouxe felicidade
A felicidade de reencontrar.

Almas irmãs se reconheceram
E fez o mundo todo brilhar
Brilho eterno de um coração que não se contém
E bate forte por caminhos floridos da amizade!

Amiga que de tudo eu posso falar
E que já me viu chorar.
Quero te proteger, ensinar, aprender
E ver como é bom viver!

Para minha flor de maracujá
Que adora me ver sonhar
Palavras hão de faltar
Por não saber expressar
O que no meu coração há
Para te saudar!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Indivíduo ou a falta dele como motivo de minha solidão.

Apenas sob efeito de drogas, sexo e
rock 'n' roll, me ajusto na companhia de terceiros.
Excetuando-se meus amigos que são raros.
E me são caros!

Sob máscaras sociais me torturo e
escondo o descontentamento
de viver superficialmente..
Gente fina e rasa me rodeia.
Ah! Quanta tolice preocupa o homem moderno!
Nos querem todos iguais..

Não!!!!
Eu quero os desajustados,
Quero aqueles que tem fome e sede
Que come e bebe das diferenças enriquecedoras.
Diferenças que transformam seres humanos
em indivíduos
["Eus" indivisíveis e únicos]
Motivo de minha solidão .

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Cemitério de Amores ou O Grito

Quero apenas sentir o silêncio de meu coração.
Não quero mais suas palavras confusas!
Leva seu sorriso para quem ainda quer ouvir tuas falsas promessas.
Eu só desejo estar longe de ti.

De mim, nenhuma palavra a mais será lançada.
Quem me dera poder apagar tudo o que foi dito
E vivido...
Se fosse possível, tragaria de volta todo o meu amor declarado.
E quase vivido...

Plantei jardins em teu caminho.
E agora, tudo está morto
Em um cemitério de flores...
E amores...

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Complacências de Amor

Ando um pouco complacente com o amor.
Acho que não percebi ainda que realmente tenho que deixá-lo.
Abandoná-lo para salvar minha própria pele.
Como é difícil!
Como ele se mistura às coisas contempladas por minha’alma.
Tenho medo do contato comigo mesma.
Simples, puro, bruto...
Olhar-me de frente, cara à cara, de alma nua, é assustador.
O que deve ser, tem que ser feito e assim será.
Enquanto temo a mim, carrego comigo o amor.
Pobre coitado.
É usado para me afugentar.
Grito-lhe:
- Salva-me de mim!!
- Afasta de mim o cálice do eu.
Tenho dúvidas quanto a deixá-lo para trás.
Não sei o que mais me amedronta: amar ou conhecer-me...
Esse ar liberto que busco é-me tão caro quanto a própria vida.
Como hei de seguir em frente se a cada passo sinto esvair-me?

sexta-feira, 30 de março de 2007

Triste assim


Triste fim do que estava no meio
Triste meio para se chegar ao fim
E no fim por todos os meios estou triste.

Sempre estamos no meio
Sempre terá o antes [morto, passado]
Sempre terá o amanha [sonhado, esperado].

terça-feira, 27 de março de 2007

Nuvem de Algodão

Queria poder flutuar
Andar nas nuvens
E ter a sensação de algodão...
Levaria até lá, as pessoas que me são caras.
Rodeadas de algodão ficariam todas
E com maciez seriam tratadas!

quarta-feira, 21 de março de 2007

Quero-te

Quero ter-te
Longe, perto, tudo! [tudo!]

Quero sonhar-te
Realidade, ilusão, rotina!

Quero tocar-te
Quente, frio, fervendo!

Quero ver-te
Sorrindo, chorando, sempre!

Quero amar-te
entrega, coragem, desprendimento!

Quero-te! Quero-te! Quero-te! Quero-te!

Até não te querer mais!
Até meu corpo não te precisar mais!
Até minha retina não te procurar mais!
Até minha alma não te desejar mais!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Amor naufragável

Amor naufragável,
Era a nossa condição!
Amor viável,
Era a nossa ilusão!

Hoje uma vaga lembrança,
Do amor abortado!
No fundo, uma eterna esperança,
Do sonho decapitado!

Fuga e força no presente,
É a minha perfeição!
Tudo o coração pressente,
Eis a minha comoção!

Ontem tudo era saudade,
Do vazio ao amor!
Hoje tudo é felicidade,
Da distância à dor!

terça-feira, 13 de março de 2007

Nada a não ser o que é


Uma flor não é mais que uma flor.
Se assim o fosse, não seria uma flor, seria a outra coisa, apenas.

Uma pessoa é a pessoa no exato momento.
Cada segundo que se passa, devemos conceituá-la novamente.

Tudo muda!!!
Aquilo que experimentamos todos os dias é novo a cada dia.
Aafinal é a pessoa daquele dia quem está, com todos os sentidos,
presenciando a sua própria vivência.

segunda-feira, 12 de março de 2007

A despedida

Quero que siga teu caminho e não olhe para trás.
Não retorne ao ponto em que te deixei!
Ao te deixar, me despi de tudo seu.
Logo me livrei de seus braços, ignorei seu sorriso, fechei os meus para os olhos teus.
Vá, respire os ares das montanhas, não se atreles em mim!
Arranca-me do peito, das lembranças, dos dias de chuva.

Quanta dor suporta teu coração??
Nego todo o desejo do seu corpo no meu corpo.
Anoitece cada vez que penso em ti e a cada segundo de espirro!!
Livro-me das amarras, no meu peito habitam os ares gélidos.
Volte ao ponto em que te vi pela primeira vez, solte minhas partes pelo caminho
Ao chegar em teu destino, verá que nada meu estará em ti.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Amar o perdido

Amo o perdido, perco-me!
Acho-me em sonhos intangíveis
Desejo o luar e dou adeus
À noite, ofereço minha frieza;
Ao sono, insipiência;
Ao amanhecer, mau humor;
Ao sol, meu calor
Ao mar, ah.. ao mar me entrego!!!
Dispo-me de carapuças e
Minha alma nua mergulha!
Emergindo de mim, me despeço
Fragmentada, faço e refaço cacos
De coração, de desencontros...
Volto ao confundido, amado impossível,
Apelo ao não, não é a resposta!

quarta-feira, 7 de março de 2007

O coração

O coração só sabe bater
Acelera e desacelera
A gente não pode mandar

Às vezes ele nos trai
Bate por quem não merece
De mãos dadas com a saudade
Por inteiro se dá

Fica tão pequeno
Que parece que vai sumir
Oxalá sumisse sem doer!

terça-feira, 6 de março de 2007

Dois amantes nus

A1 - Pensando em voce..
A2 - Minha saudade é do tamanho do sertão.
A1 - Ontem eu fiquei aqui, sonhejando.. pensando que seria bonito se um dia nós se juntasse. Seria.. não seria?
A2 - Lindo seria! Não faltariam planos, nem assuntos..
A1 - Voce é uma pessoa linda que me aconteceu. E que e acontece todos os dias.. nas horas demoradas de saudade.
A2 - Queria a distância desinventar prá do seu ladinho ficar...
A1 - ... e se fosse pra sempre.. sempre perto.. pra sempre seria ao seu lado..
A2 - ... sempre teria colo pra receber teu cansaço, tuas desilusões..
A1 - Um dia a gente vai viver junto.. nem que seja por um dia, em uma estrela bem bonita.. com todas coisas sendo lindas. Eu prometo!
A2 - [suspiros]

Legenda
A1- Amante distante 1
A2 - Amante distante 2


Quebramos os dois, afinal!